sexta-feira, novembro 03, 2006

VTV, a primeira de Ensino Superior

Televisões Regionais Online

Novo suporte, novo conteúdo

O online transformou o conceito de ver e fazer televisão. Um pouco por todo o país surgem televisões online que divulgam as notícias da sua região e proporcionam ao cidadão uma “televisão de proximidade”.
Em Dezembro 2005, a TV Famalicão foi pioneira a emitir via Internet e surgiu para actualizar a vida do concelho de Vila Nova de Famalicão. A ideia pareceu aliciante, e hoje existem 11 canais regionais online e mais projectos em curso. Dados recentes da Marktest confirmam a expansão do novo meio de comunicação: em Junho de 2006, 659 mil visitantes acederam às televisões online a partir de casa. “Absolutamente promissor” confirma Anabela Sá, directora da Oeste TV. No seu site, comenta que “o número de visitas tem quadruplicado e os comentários são um excelente indicador”.

VTV, a primeira de Ensino Superior

“Um órgão de comunicação social interactivo que é verdadeiro serviço público” é a definição de Rafael Ferreira da Valsousa TV. A motivação inicial destes órgãos online é preencher um espaço a nível regional que as televisões nacionais não cobrem. “Enquanto houver má cobertura do interior do país por parte da comunicação social nacional, este novo meio, não dispendioso, é mais eficaz e vai, a curto prazo, diminuir o impacto das rádios e imprensa regional” explica Miguel Correia, coordenador da TV Beja.
As universidades não escapam a esta nova forma de fazer jornalismo, e no Instituto Politécnico de Viseu (IPV) surge a primeira televisão online do ensino superior. A VTV nasceu no âmbito do curso de Comunicação Social do IPV para responder à parte prática dos alunos do núcleo de televisão.
“Há cerca de 16 mil visitas mensais, apesar de não haver grande campanha de divulgação” explica Vítor Santos, um dos responsáveis. Seguiram – se outras, como a Tubi TV (Televisão Universitária da Beira Interior).

Lei da Televisão não abrange online

Um editor de imagem, um designer, dois operadores de câmara, alguns jornalistas e poucos meios. É o núcleo inicial de um projecto deste tipo. Do formato amador ao profissional basta um passo, que podem dar ao associarem–se a empresas de comunicação (exemplo da Oeste TV, inserida na NSprojects),
ou se tornarem elas mesmas empresas (como a Valsousa TV).
Os projectos começam a dar lucro, e alargam–se ideias. A Oeste TV já se expandiu para o Cabo (através da Pluricanal), e conta multiplicar os meios até aos telemóveis através da tecnologia 3G. Já a TV Beja e a VTV pretendem emitir em contínuo em espaços públicos.
A lei da televisão não se aplica nas televisões online. Miguel Correia entende que a falta de uma lei reguladora se explica pela rapidez da expansão deste meio. A CABRA tentou contactar a Entidade Reguladora para a Comunicação Social, mas a única resposta obtida foi que esta difusão de conteúdos não se insere no conceito de televisão.
Para Nuno Gonçalves, da Porti TV, a situação pode ser benéfica, pois “não havendo lei, há lugar para uma criatividade sem limites”.

Sandra Pereira & Carla Santos in
Jornal Universitário de Coimbra - A CABRA - Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra

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