quinta-feira, julho 13, 2006

Nós e Voz


O novo curso – Animação Cultural – dá os primeiros passos e com toda a expectativa a ESEV recebe os seus candidatos. O grupo é simpático, homogéneo, dentro da sua natural e salutar diversidade, e empenhado em se afirmar enquanto futuros Animadores.
Tenho o privilégio de lidar com eles semanalmente, procurando despertar-lhes o gosto e a sensibilidade pela música, esta arte que nos seduz e envolve, que nos comunica e permite comunicar, que nos faz sentir e permite que o façamos também, que chega a alienar-nos fazendo-se presente em cada momento. Discute-se, trocam-se ideias, adquirem-se noções básicas de análise e expressão musical.
O gosto pessoal e a vontade de intervir, agir, pôr em prática, levam oito corajosos a optar por… (receio que nem os próprios saberiam bem por quê!) …uma opção, estranhamente, invulgar em cursos não musicais: Técnica Vocal. O trabalho começa do zero: relaxamento, respiração, articulação, projecção, entoação e afinação. O barro começa a moldar-se, as areias saltam, as peças vão tomando forma.
Eu?! Sinto-me como o oleiro: cada volta da roda é uma vitória, cada retoque uma conquista, cada peça que se finaliza uma criação que tem autonomia e vida própria, deixando de ser minha, deixando a ser nossa, passando a ser de todos os que a querem fruir e apreciar.
Assim surge Nós e Voz que reúne a Fátima, a Raquel, a Sandrine, a Marisa, a Paula, a Joana, o Pedro, o Alexandre (e eu), os nove “magníficos” que, em apenas dois meses de trabalho, têm a ousadia de pisar o palco da Aula Magna do nosso Instituto, intervindo no Sarau Cultural da ESEV, numa tentativa de partilhar com o público presente a satisfação que é fazer música, viver a música, ser a própria música.
Dizem algumas vozes que estivemos bem. Nós e a nossa Voz dizemos apenas que vibrámos e sentimos cada som, cada movimento, cada palavra, e que vivemos, sem dúvida alguma, um momento mágico.

Parafraseando Caetano Veloso:

Minha voz, minha vida, meu segredo e minha revelação
Por ser feliz, por sofrer, por esperar … eu canto
Por ser feliz, para sofrer, para esperar … eu canto.

Obrigada Nós e Voz!
Que as contrariedades não façam esmorecer a vontade
e que a vontade leve à continuidade do projecto.

Prof.ª Cristina Aguiar
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